Um povo sem medo de construir unidade contra o ajuste e o avanço conservador
Por Luiz Araújo, presidente nacional do PSOL
Ontem, 8 de outubro, foi lançada em São Paulo a Frente Povo sem Medo. Dia simbólico (também aniversário do tombamento do comandante Che Guevara e dia do nordestino), mas também um divisor de águas na história recente dos movimentos sociais.
Dezenas de entidades e movimentos populares compuseram a mesa. Os partidos ficaram para dar seu apoio no final. Todos tiveram oportunidade de falar. Também foram lidas mensagens de parlamentares (destaque para nota de toda combativa bancada do PSOL), intelectuais e artistas.
O ato foi o coroamento de uma corajosa estratégia capitaneada pelo MTST. Diante da endireitização acelerada do governo Dilma, que implementa selvagem pacote de corte no orçamento, elevação de tributos e corte de direitos, por um lado e, o avanço de uma pauta conservadora e tramas mil para derrubar o governo eleito, por outro, o movimento social ficou acossado e em crise.
Como enfrentar o governo e seu pacote sem ajudar a direita? Como lutar pela democracia sem defender um governo indefensável.
A Frente foi construída à quente. Foram as mobilizações contra as medidas do governo e contra as pautas conservadoras que criaram as condições para unificar bandeiras que equilibrassem o movimento diante dos impasses descritos acima.
A Frente mostrou vitalidade em seu lançamento, mesmo que as diversas tonalidades de respostas tenham aparecido. Há entidades e movimentos plenamente conquistados para o projeto de uma alternativa de esquerda para a crise ampla e plural.
Há também entidades em disputa, buscando resolver sua nova localização no chamado período pós-petismo. Há quem mantenha um pé no apoio ao governo e há quem flerte com políticas isolacionistas. Faz parte deste momento de crise e transição.
O importante, e foi o que destaquei na minha fala, é que a Frente dá melhores condições para que o povo, que nunca parou de lutar, se coloque em movimento, ocupe as ruas com suas bandeiras e enfrente de forma mais unitária a politica de austeridade e o avanço conservador.
Fiquei feliz de ter tido a honra de participar deste momento da nossa história e ter podido expressar que o PSOL decidiu priorizar tal espaço do movimento social.